Categorias
Sem Fronteiras

A trajetória do senegalês que faz doutorado em engenharia na UFRJ

A trajetória do senegalês que faz doutorado em engenharia na UFRJ


24 de outubro de 2010.

Por: Thais Carreiro
Mesmo tendo sido alfabetizado em francês, uma língua latina, Mamour Sop Ndiaye, disse ter enfrentado dificuldades para aprender o português. Porém, graças à ajuda de suas professoras no curso de “Português para Estrangeiros”, oferecido pela Faculdade de Letras da UFRJ, Mamour aprendeu a língua irmã do seu francês local e há trezes anos vive no Brasil. Hoje, cursando o doutorado também na UFRJ, ele nos contou um pouco de sua história. Senegalês de nascimento, ele prefere ser reconhecido como um “cidadão do mundo”.
Quando veio para cá, no ano de 1998, Mamour veio em busca da graduação em Engenharia Eletrônica na UFRJ. A escolha pelo Brasil foi pela semelhança que o país tinha com o Senegal na maneira de estruturar projetos acadêmicos: por se focarem no custo e na maneira de construir um projeto, os estudos que são feitos aqui poderiam ser transferidos sem nenhum problema de um país para o outro. Ele veio ao Brasil com consciência de que poderia aplicar tudo o que aprendesse aqui em prol do desenvolvimento de seu país.
Mamour escolheu ficar no Brasil a voltar para lecionar em uma faculdade em seu continente natal por ter certeza que ficando aqui ele seria mais útil. Seus estudos são na área de Energia Solar são compatíveis, diz ele, com a realidade da África Ocidental e totalmente aplicável. Na África ainda falta investimento na área de energia uma vez que os governos de lá ainda não perceberam sua importância.
 
Além dos estudos, Mamour ajuda sua comunidade financeiramente. Criada em Março de 2010, a iniciativa “África Arte” (http://www.africaarte.com.br/) revende aqui no Brasil produtos de artesanato do Senegal, revertendo o dinheiro para 70 famílias que fabricam, principalmente, máscaras utilizadas em rituais e hoje dependem exclusivamente desse dinheiro. Essas máscaras, que são descartadas após o uso, são trazidas para o Brasil, com o apoio logístico de sua esposa e seu irmão, e são comercializadas junto com peças de roupa e acessórios.