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Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST)

Abril Vermelho: mês dedicado à prevenção e combate à hipertensão arterial

CPST publica informativo com orientações e dados relevantes sobre saúde e segurança do trabalhador

CPST INFORMA

Enfermeiro Jairo Nogueira

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de mortalidade no mundo e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui a principal causa das DCV. Mais de um quarto das mulheres adultas e quatro em cada dez homens têm hipertensão arterial no continente americano e tanto o diagnóstico, tratamento e controle tem sido inadequado.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia a hipertensão arterial é definida por elevação persistente da pressão arterial com níveis maiores ou iguais a 140 x 90 mmHg (popularmente conhecida por 14 por 9), medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva.

Entre os principais fatores de risco para HAS, pode-se citar: histórico familiar, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, idade avançada, tabagismo, ingestão excessiva de bebida alcoólica, ingestão elevada de sódio.

A ingestão elevada de sódio é um importante fator de risco associado aos hábitos alimentares de grande parte da população brasileira. A recomendação é o consumo de até 2 gramas de sódio por dia, o que equivale a 5 gramas de sal de cozinha.

O Cloreto de sódio, mais conhecido como sal ou sal de cozinha, é composto por dois minerais: sódio e o cloro. De cada 5 gramas de sal de cozinha, aproximadamente 40% são representados pelo sódio e 60% pelo cloro. Diante disso, pode-se dizer que em 5 gramas de sal, tem-se 2 gramas de sódio e 3 gramas de cloro. Portanto, 5 gramas de sal representa a quantidade máxima recomendada para consumo diário, o que equivale a 2 gramas de sódio.

O sódio não está presente apenas nos alimentos salgados, mas também em enlatados, embutidos (salame, mortadela, presunto, salsicha), conservas, pipoca de microondas, macarrão instantâneo, pão francês, refrigerantes diet e zero e até mesmo em alguns doces. A informação da quantidade de sódio está presente nos rótulos dos alimentos, portanto devemos estar atento e ler o rótulo dos alimentos antes de comprá-los.

Os brasileiros ingerem em média 12 gramas de sal, ou seja, mais que o dobro da quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde. A redução no consumo de sal na população brasileira continua sendo prioridade de saúde pública, mas requerem um esforço combinado entre indústria de alimentos, governos nas diferentes esferas e público em geral, já que 80% do consumo de sal envolvem aqueles contidos nos alimentos processados.

Estudos demonstram que naquelas pessoas com ingestão de sódio elevado, ocorreu aumento tanto da pressão arterial máxima ou sistólica, como da pressão arterial mínima ou diastólica.

A HAS quando não tratada pode trazer um série de complicações como: acidente vascular cerebral (mais conhecido como derrame cerebral), infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, dentre outras.

Geralmente a hipertensão é silenciosa, ou seja, cursa sem apresentar sintomas. Quando presente, os principais sintomas de alerta são: dor de cabeça freqüente, palpitações, zumbido no ouvido, alteração na visão, etc.

Tratamento e acompanhamento

A HAS é uma doença que geralmente não apresenta cura, requerendo tratamento ao longo da vida. O tratamento não necessariamente envolve o uso de medicamentos, cabendo ao médico a avaliação do paciente e direcionar a melhor conduta terapêutica. Independente da necessidade ou não do tratamento medicamentoso, a adoção de um estilo de vida saudável tem papel importantíssimo no tratamento e controle de todo paciente hipertenso.

Resultados de estudos clínicos em pacientes hipertensos mostraram que a redução de PA sistólica ou máxima de 10 mmHg e diastólica ou mínima de 5 mmHg com medicamentos se acompanha de diminuição significativa do risco relativo de: 37% para acidente vascular cerebral (AVC), 22% para doença arterial coronariana (angina e infarto agudo do miocárdio), 46% para insuficiência cardíaca, 20% para mortalidade cardiovascular e 12% para mortalidade total.

Medidas de prevenção e controle

  • Manter o peso adequado, evitando o sobrepeso e a obesidade.
  • Praticar atividade física regular, no mínimo 150 minutos por semana.
  • Abandonar o fumo.
  • Caso consuma bebida alcoólica, consuma com moderação.
  • Realizar controle do diabetes.
  • Aproveitar momentos de lazer.

Reduzir o consumo de sal na alimentação, buscando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos (ervas aromáticas e especiarias como manjericão, tomilho, hortelã, salsa, erva-doce, louro, coentro, açafrão, dentre outras) a fim de melhorar o paladar da refeição sem comprometer a saúde.

É importante destacar que quando prescrito pelo médico o tratamento medicamento, este deve ser seguido regularmente para o devido controle da pressão arterial evitando as complicações cardiovasculares e mortalidade. Não é recomendado (salvo se for orientado pelo médico) que o paciente hipertenso que faz uso de medicação deixe de tomar a medicação se ao medir a pressão arterial a mesma estiver dentro dos valores de normalidade recomendada pelo seu médico. A manutenção controlada da pressão significa que o paciente está tendo boa aderência ao tratamento medicamentoso, ou seja, está fazendo uso da medicação conforme orientação do seu médico. O controle da pressão arterial depende não somente da medicação, como também da adoção de estilo de vida saudável com foco em várias variáveis, como exemplo, uma alimentação saudável e atividade física regular.

FONTES:

  1. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658.
  2. https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/26-de-abril-dia-nacional-de-combate-a-hipertensao-arterial/
  3. https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-da-hipertensao-2023